terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Os números em crioulo haitiano — parte 2

     Vamos continuar estudando os números de 60 em diante.

  Para 60 temos a palavra “swasant”. Para 61 temos “swasanteyen”. A partir de 62 seguimos as mesmas regras explicadas na Parte 1 dessa série de artigos. Retira-se o “t”, dobra-se o “n” diante de consoantes. O “t” só permanece diante de vogais. Assim, temos:
62 = swasannde, 68 = swasantuit

     Para 70 temos a palavra “swasanndis”. A palavra vem da junção de “swasant” (60) + “dis” (10) = 70. Para ter 71, 72, 73 etc. basta trocar o “dis” por “onz”, “douz”, “trèz” e assim por diante. Diante de consoantes desaparece o “t” e dobra-se o “n”. Diante de vogal permanece o “t”.
71 = swasant onz, 72 = swasanndouz, 78 = swasanndizuit
OBS: No caso de 71 é preferível deixar o “onz” separado. É uma exceção.

     Para 80 usamos a palavra “katreven”. Algo interessante é que “katre” vem do francês quatre, o número 4. “Ven” é o número 20. → 4 x 20 = 80.
Aqui já não temos mais as regras do “t” e do “n”. Escrevemos os números separados.
81 = katreven en, 82 = katreven de, 83 = katreven twa, 88 = katreven uit

     Para 90 usa-se “katreven dis” que é 80 + 10. Segue-se a mesma regra do 70 e escrevemos os números separados. Existe a possibilidade de vê-los escritos juntos, mas o melhor é que fiquem separados.
91 = katreven onz, 92 = katreven douz, 98 = katreven dizuit, 99 = katreven diznèf (e não: katreven dis nèf)

     Continuaremos com o 100 em diante no próximo artigo dessa série. Babay!

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Olá Bruno, pq no número 99, foge a regra de se escrever disnèf e se escreve diznèf?

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    1. Olá, Lígia. Há várias alterações fonéticas que influenciam nessa mudança. Em português o /s/ também passa a /z/ (em SP) ou a /j/ (no RJ) dependendo dos sons vizinhos. Antes de "N" acontece isso, por exemplo. Aqui em São Paulo a palavra "esnobe" se lê /êznóbi/, no Rio de Janeiro se lê /êjnóbi/.
      Assim, enquanto era apenas "dis", permanecia o som SURDO, entrando em contacto com o "N" passou a SONORO. Esse processo faz parte do que chamamos de 'assimilação', nesse caso trata-se do fenômeno da SONORIZAÇÃO.
      Esse fenômeno só se deu na passagem do francês para o crioulo. Hoje se você vir o S e o N juntos, o S não deverá ser lido como /z/ nem /j/.

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    2. Parece complicado, mas quando vc explica, a mente abre. Vc explica muito bem!
      Mèsi anpil

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