Para
responder a esta pergunta, não vejo alternativa senão recorrer a duas classificações
comuns à Gramática Tradicional, ainda que estas nomenclaturas não sejam as
melhores. Para o bem da concisão, no entanto, me abstenho do rigor da descrição
linguística. Abstenho-me também de análises mais profundas, se é o superficial
que nos ajudará.
“Paske”
corresponde ao que a Gramática Tradicional chama de “conjunção coordenativa
explicativa”, ao passo que “piske” se enquadra no que a Gramática Tradicional denomina
“conjunção subordinativa causal”. Deixando de lado os nomes, pensemos nas
ideias de CAUSA e CONSEQUÊNCIA.
“Piske”
deve ser empregado quando existe a relação Causa > Consequência.
Piske l ap fè lapli, m pap soti jodi
a (Visto que está chovendo, não vou sair hoje)
Temos,
no exemplo acima, a relação Causa x Consequência. Abaixo encontra-se outro
exemplo.
M pap soti jodi a paske l ap fè
lapli (Não vou sair hoje porque está chovendo)
“Paske”
é empregado neste contexto porque agora se explica a razão da decisão de
não sair hoje. Tomou-se a decisão de não sair, e explicou-se a razão da
decisão.
É
verdade que ambos os exemplos acima são muito próximos em seu sentido e têm o
mesmo resultado no mundo real. Note-se, no entanto, que no primeiro exemplo “piske”
introduz a causa, e depois se diz a consequência. Exatamente nesta ordem. Não é
o mesmo com o segundo exemplo, em que o termo “paske” introduz uma explicação,
não uma consequência.
“Piske”
introduz uma causa, para a qual haverá uma consequência. “Paske” introduz uma
explicação.
Espero
que esta breve explicação já lhes seja de proveito!