sexta-feira, 8 de maio de 2020

PISKE e PASKE


Para responder a esta pergunta, não vejo alternativa senão recorrer a duas classificações comuns à Gramática Tradicional, ainda que estas nomenclaturas não sejam as melhores. Para o bem da concisão, no entanto, me abstenho do rigor da descrição linguística. Abstenho-me também de análises mais profundas, se é o superficial que nos ajudará.

“Paske” corresponde ao que a Gramática Tradicional chama de “conjunção coordenativa explicativa”, ao passo que “piske” se enquadra no que a Gramática Tradicional denomina “conjunção subordinativa causal”. Deixando de lado os nomes, pensemos nas ideias de CAUSA e CONSEQUÊNCIA.

“Piske” deve ser empregado quando existe a relação Causa > Consequência.

Piske l ap fè lapli, m pap soti jodi a (Visto que está chovendo, não vou sair hoje)

Temos, no exemplo acima, a relação Causa x Consequência. Abaixo encontra-se outro exemplo.

M pap soti jodi a paske l ap fè lapli (Não vou sair hoje porque está chovendo)

“Paske” é empregado neste contexto porque agora se explica a razão da decisão de não sair hoje. Tomou-se a decisão de não sair, e explicou-se a razão da decisão.

É verdade que ambos os exemplos acima são muito próximos em seu sentido e têm o mesmo resultado no mundo real. Note-se, no entanto, que no primeiro exemplo “piske” introduz a causa, e depois se diz a consequência. Exatamente nesta ordem. Não é o mesmo com o segundo exemplo, em que o termo “paske” introduz uma explicação, não uma consequência.

“Piske” introduz uma causa, para a qual haverá uma consequência. “Paske” introduz uma explicação.

Espero que esta breve explicação já lhes seja de proveito!

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